sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Esperando a morte chegar

O ser humano é uma figuraça ímpar!
Todo mundo segue uma linha, uma ideologia, ou pelos menos tenta. Ou pelo menos passa a impressão de que sabe alguma maneira de conseguir alguma coisa, qualquer coisa, todas as coisas.
Quando vira o ano e nos preenchemos de metas e objetivos, reforçamos a ideia de que temos uma diretriz. Sabemos exatamente o que fazer para nos tornarmos melhores e mais eficientes perante os próprios seres humanos.
Isso, contextualizado com o estilo de vida de cada um, pode até parecer coerente, afinal, os tempos são outros e, se ficar o bicho pega e se correr o bicho come. Uma loucura.

Mas será que se tirarmos esse contexto frenético conseguiríamos idealizar um caminho mais humano, natural e que objetive o bem do coletivo e não apenas o de sua atual conjuntura individual?

A única e incontestável verdade é que iremos morrer. Você que lê esse texto, você vai morrer! Não fique triste, nem irritado, eu não tenho nada a ver com isso, mas você vai morrer, assim como qualquer outro. E qualquer outra maneira de enxergar a morte que não seja com naturalidade representa algum problema em encarar a realidade.
Sejamos maduros, e vamos brincar de viver. Vamos fazer filhos, não evitar filhos. Eles serão seu principal projeto, serão sua melhor jogada financeira, e aquele que oferecerá mais retorno. Não se limite em um, o filho é a sua única ligação com o futuro, seu maior feito, e o que vai deixar sua maior marca nesse mundo.
Sejamos maduros, e vamos brincar de morrer. A ciência nos faz acreditar em um prolongamento de nossas vidas, mas não somos eternos, e mesmo assim ainda fazemos questão de ignorar a única verdade incontestável sobre a vida, nossa morte.

Sob a minha lente, o velório tinha que ser como festa de 15 anos, onde se passa as fotos do falecido num telão, todos aplaudem na entrada e se emocionam na dança, a despedida.
Temos que entender que triste não é morrer, mas sim subjugar a vida, sem ser você mesmo, sem arriscar, se privando de atividades prazerosas, se privando de ter filhos, se submetendo a trabalhos infelizes, amizades superficiais e relacionamentos vazios. E essa realidade está se tornando mais comum do que panfletagem em época de eleição. Uma catástrofe.
Agindo assim, desperdiçando nossas vidas com sentimentos incompletos e sem seguir nossos instintos, não viveremos, e sim estaremos fadados a só esperar a morte chegar, sem tirar nem por.

2 comentários:

  1. Li sobre isso hoje. Que cada vez mais é apregoado que a morte é algo a ser superado, como se todas as pessoas fosse viver 120 anos e mais que isso, têm a obrigação de morrer com mais de 120 anos.

    Concordo com vc, a vida tem que ser vivida da melhor maneira possível para que depois, quando a hora chegar e ela vai chegar, a gente saiba disso.

    bjo

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  2. Dai, sensível observação, como sempre elas saem de você. Obrigada por reviver o blog.
    Beijo grande,
    Ana

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